domingo, 17 de fevereiro de 2008

BREVE HISTORIAL DA PEÇA

Esta peça, escrita entre 1963 e 1966, é a mais publicada de qualquer dramaturgo canadense (traduzida em 40 línguas e levada à cena em mais de 60 países).
É das poucas obras dramáticas que de facto teve um impacte social directo e duradouro.
Se apela à tolerância da diversidade em vez da negação pelo ostracismo e à redenção dos tormentos pessoais pelo amor, em linha com o soneto de Shakespeare, também apela muito claramente a uma reforma do sistema prisional.
Deu um contributo forte e pioneiro para acabar com as caracterizações estereotipadas de personagens homossexuais mas foi mais além. Pouco depois da estreia pública, a 23 de Fevereiro de 1967 no Actor’s Playhouse de Nova Iorque (após inúmeras rejeições desagradáveis), começaram sessões de debate com o público todas as terças-feiras após a função, que levaram no mesmo ano à fundação da Fortune Society, uma organização sem fins lucrativos que ainda hoje se dedica à reinserção social de ex-reclusos.
Em 1971, a Metro Goldwin Mayer produziu uma versão cinematográfica que, apesar da colaboração de Herbert no guião, sofreu alterações que a tornam muito inferior à peça, diminuem os personagens e, em alguns aspectos, torpedeiam os objectivos originais do autor. Sobretudo, fecha a história em si própria, roubando-lhe o valor de metáfora aplicável noutros contextos da condição humana. Salva-se o desempenho de Michel Greer como Queenie.

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